Quase um ano depois, o La Barca voltou ao campo do Quartel da Serraria, local da zona de Porto Alegre onde o clube surgiu porém nunca teve vida fácil. Aliás, palco mais derrotas do que vitórias. E no retorno, o que se viu foi o mesmo quadro de tempos atrás: grama alta, ausência de marcação, além da ja tradicional falta de vestiário. E para completar o panorama, o juiz contratado não apareceu. Com isso, o Jaguaras, time da casa, improvisou um jogador do seu quadro na arbitragem. Mas não foi só isso. Não havia apito. Assim, o “árbitro” era obrigado a assobiar ou gritar para assinalar as faltas. Não, o drama ainda não acabou. Com cinco minutos de jogo, se julgando inapto para a função, o dito juiz decidiiu que a partida não teria mais impedimento. O confronto, então, se transformou em várzea total, ou também, no quadro da dor sem moldura.

Passando para o “jogo” propriamente, com a abolição do impedimento, o sistema defensivo do La Barca entrou em colapso. E o Jaguaras foi perdendo chance atrás de chance. Mas, por obra do acaso, o La Barca teve um pênalti a seu favor. Para evitar a tremedeira da semana passada, Tião, um jogador tranquilo, foi escalado pelo presidente para a cobrança. Mas, contrariando os prognósticos, o camisa oito bateu fraco e quase no meio do gol.
Com isso, o goleiro adversário consagrou-se, fazendo uma defesa em dois tempos. Após desperdiçar essa chance, o jaldinegro das meninas que dançam no queijinho se perdeu de vez e o Jaguaras tomou conta do jogo e abriu o marcador aos 39 minutos.

No intervalo, Rogério e Zapata puxaram as orelhas da rapaziada e reorganizaram o time. E o resultado se viu dentro de campo. Jogando pelos lados, o La Barca dominou as ações e conseguiu virar o placar em 24 minutos. O empate veio aos 16 com Kiko, que se jogou na bola mostrando toda a sua alma castelhana. E a virada, num penalti sofrido por Paku, e convertido por um Fernando cheio de personalidade.

A virada parecia consolidada, mas ela comecou a escapar quando o Jaguaras empatou aos 28 e virou aos 30. E por pouco não faz o quarto, náo fosse Zapata defender um penalti aos 34.No rebote da penalidade, o La Barca foi para o contra-ataque e Paku empatou o jogo. Nos minutos finais, a partida virou uma grande várzea com chances para todos os lados. Mas a última foi o La Barca, e Leonardo, que foi blindado pela direção durante a semana, mostrou porque é um monstro e pegou o rebote para fazer o 4 a 3 e garantir a décima-oitava vitória do La Barca na temporada.

La Barca – Zapata, Kiko, Cléber(Maicon),Leonardo e Méh, Lúcio(Élton), Rogério, Tião e Japão, Fernando(Kléos) e Paku.