LA BARCA FUTEBOL CLUBE

T. relata a sua trajetória de vida

Muitas pessoas ainda não sabem ou não conseguem entender o que aconteceu com o jogador Mário Fernandes, que, alegando problemas particulares, abandonou a Seleção Brasileira. O lateral do Grêmio, aos 21 anos, fechou uma porta que possivelmente nunca mais irá se abrir. Desistiu do caminho mais fácil para a fama, para o dinheiro e para o sempre badalado futebol europeu.
Se nas altas esferas não estamos livres de histórias como essa, imagine no nosso meio? O que passa na vida de um atleta de time pequeno?
Pensando assim, buscamos o depoimento de um jogador do nosso time, que conta experiências chocantes. Confira.

T. (que prefereriu preservar a sua identidade) é um jovem discreto. Tem 21 anos e cursa a Faculdade de Administração na Ritter dos Reis. Está no quarto semestre e pretende se formar dentro de dois anos. Seu sonho é ter uma empresa, prosperar e constituir família. Em princípio, um perfil dentro da normalidade. Mas isso nem sempre foi assim.
Talento precoce no futebol, com 16 anos, ele já despontava nas categorias de base do São José. Foi cobiçado por Grêmio e por Inter, mas manteve-se fiel ao clube do Passo D`Areia. Em meio ao futebol, cultivava o hobby de tocar violão e compor músicas. Uma delas, “A Lua”, até virou sucesso. Como noite e vida de atleta não combinam, T. na sua primeira encruzihala, resolveu deixar a bola de lado e apostar na carreira artística.
Errou feio. Tal qual o artilheiro que desperdiça um pênalti numa final, ele chutou pra fora um futuro promissor no futebol e não vingou no time do sucesso musical.
– No começo, tudo era fácil. Os parceiros diziam que iam ajudar e coisa e tal. Mas quando as coisas começaram a dar errado, todo mundo sumiu – relata T.
A seguir veio o vício da bebida.
– Tinha certa dificuldade com a bebida. Gostava muito de tomar vermute. Primeiro era Martini. Depois Cinzano e quando a coisa piorou de vez, era só Contini roubado no Açum perto de casa. Misturava com um pouco de cachaça para render mais. Era o jeito – confessa o músico desesperado.
Como a música não deu retorno, T. apostou na vida de modelo.
– Eu , por algum tempo, fiquei desleixado. Cultivei um black-power e um dia, um cara gostou e me convidou para ser modelo. Achei que tinha tirado a sorte grande, mas na verdade o cara queria era ficar comigo. Caí fora e fui tentar outra coisa – afirma T.
Sem dinheiro, sem emprego e sem casa, T. foi morar na rua. Lá encontrou outros meninos em situação idêntica e a saída foi se prostituir.
– Me virei quase uma semana como michê. Tirava um dinheiro razoável. Mas logo vi que isso não era pra mim – balbucia T., quase chorando.
Por fim, quando tudo parecia perdido, T. encontrou o amigo Rafinha na noite. E esse , como uma espécie de anjo salvador, o convidou para voltar ao futebol, mais precisamente para atuar no La Barca, um time que começava a ser formado em 2009.
– O futebol talvez sempre tenha sido a minha vida. Mas achei que poderia ter mais sucesso, de uma forma mais fácil em outra área. Errei. Perdi muito tempo e fiz muita coisa que não devia. Mas hoje, tudo está resolvido – sorri T. , um dos destaques do La Barca.

Comments

  1. Mas que vida sofrida, futebol, musica, noite, prostituição(ou seja varias mulheres pagando pra te ter), o Rafinha estrago a tua vida …. volta pra sacanagem …. "T"