Eram 21 jogos sem perder. O time se mantinha invicto desde julho do ano passado. Eram 15 vitórias e seis empates. Mas todo carnaval um dia acaba. E o do La Barca terminou em Xangri-lá no sábado, 04 de fevereiro, quando o UTI, de Bento Gonçalves, levou a melhor e venceu por 4 x 3. E foi uma derrota dolorida, cruel e penosa. Dolorida porque terminou com a longa invencibilidade. Cruel porque o time esteve à frente na maior tempo e a virada aconteceu nos últimos cinco minutos. E penosa porque dos quatro gols sofridos, três foram frangos.

– Dá pena do time. Fomos bem, mas acho que colocamos as asinhas de fora muito cedo e não tivemos peito para suportar a pressão no final – declarou o goleiro Zapata que atuou na segunda etapa. 

Já o seu companheiro Vini, que atuou na primeira etapa, apesar de duas falhas que resultaram em gols do adversário,  se mostrava mais resignado.

– Não dá pra baixar a crista. Se a gente se abater com a derrota, vai acordar cheio de ruga e pé de galinha. Apesar das nossas falhas, a derrota é de todos e peço que não nos critiquem, afinal, jogar no gol não é canja.

Apesar dos vários desfalques, o La Barca já largou no ataque e , nos dez primeiros minutos,  já havia criado duas chances. A primeira numa arrancada de Pedrinho e a segunda numa cobrança de falta de Anderson. Enquanto o UTI respondeu  colocando Vini para trabalhar num belo chute de fora da área.

Aos 13 minutos, Vitinho cobrou escanteio da esquerda e Natã se antecipou no primeiro poste. Cabeceou para o chão e abriu o marcador. Mas a vantagem do La Barca durou pouco. Aos 18, ao tentar interceptar um cruzamento que veio da direita, Vini se atrapalhou. Soltou nos pés do alemão Eve que, com calma, ajeitou e meteu pra rede. Mas o La Barca reagiu. Aos 28, Tião roubou pela direita e lançou para Vitinho pela esquerda, ele cortou para dentro e da entrada da área, bateu colocado e  com categoria no canto esquerdo.

Depois do segundo gol, o La Barca realizou várias trocas e parou de jogar. E o castigo veio no finalzinho. Aos 44, após um festival de erros de Vini e dos defensores, Cláudio entrou estabanado na bola e cometeu pênalti. Apesar da reclamações, o juiz confirmou a penalidade que o lateral Vini bateu no canto direito, converteu e empatou. Ou seja, Vini marcou em cima do Vini.

No segundo tempo, mesmo sem fazer mexidas, o La Barca voltou ligado e assumiu o protagonismo. Tanto que, logo aos seis minutos, Alemão estava marcando o terceiro gol. Rovian fez a jogada pela direita. O UTI ficou reclamando de falta e a bola seguiu até a entrada de área. Alemão ajeitou, puxou pra direita e bateu certeiro no ângulo esquerdo.  

Com a vantagem ampliada, o La Barca teve tranquilidade e o domínio, mas não soube matar o jogo. Teve uma grande chance com Natã, que desviou do goleiro, mas o zagueiro tirou de carrinho quase sobre a linha. Porém, nos últimos minutos veio o castigo. Aos 40, Zapata, peito de mola, soltou uma cobrança de falta e o Alemão Eve precisou chutar duas vezes para empatar o jogo. E aos 45 veio o castigo final. Após o arbitro marcar uma falta desnecessária em cima de Vitinho e matar um

Contra-ataque que poderia resultar em gol, Natã fez uma cobrança mal-feita, a zaga do time visitante afastou e armou o contra-ataque.  Após a jogada construída pela esquerda, o alemão Eve apareceu na cara de Zapata, livre na pequena área, apenas pra dar um leve toque e desviar de Zapata, consolidar a virada e pulverizar a série de 21 jogos sem derrotas do La Barca.

LA BARCA – Vini(Zapata), Áureo(Júnior), Paulo Trindade, Cláudio e Carbone, Fá e Natã, Pedrinho(Dirceu), Tião (Jesus) e Vitinho(Rovian) e Anderson(Alemão)